Bel Borba


Relevância de Bel Borba 

Alberto José Costa Borba, soteropolitano, filho de advogados, nasceu em 23 de janeiro de 1957. Aos 8 anos, criou sua primeira obra em xilogravura. Vendeu para uma vizinha. "Desde aquele tempo, vivo da arte", orgulha-se. O artista chegou a cursar Direito durante dois anos, mas logo se rendeu definitivamente ao talento. A Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi o passo seguinte. Não chegou a concluir. Precisava viajar demais, levando sua arte para as mostras espalhadas pelo Brasil. 

Antes, chegou a trabalhar em uma agência de publicidade. Com o primeiro salário, comprou uma prancha de surfe. Pegou onda em Bali e aproveitou como pôde os anos 70. Na arte, dedicava-se principalmente à pintura com spray. "Comecei a achar o spray comercial demais. Queria algo no estilo feito à mão", conta. Pintura a óleo foi a solução encontrada para fazer "arte com cara de arte". 

Logo estava criando cenários para peças de teatro, principalmente as dirigidas por Márcio Meirelles. Dessa forma, aprendeu a trabalhar rápido. Para estreitar o abismo entre a arte e o público, levou suas obras para as ruas. "Tudo aqui é meio céu aberto. Salvador tem essa cultura de rua", observa, com metade do charuto em mãos.

Conhecer - e reconhecer - seu trabalho não é tarefa difícil para quem circula por Salvador. Do viaduto que liga Ondina a Garibaldi surgem morcegos em mosaico. No Rio Vermelho, orixás no Largo de Dinha abençoam quem passa pelo bairro boêmio. A feia encosta na subida para a Fazenda Grande ganha forma de uma enorme tela onde pássaros feitos em mosaico tornam a paisagem admirável. 

Das ruas, para os museus. A mostra Por Favor, Não Matem Raul Seixas! passou pelo Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) e agora viaja o mundo. Antes, duas personalidades já haviam sido homenageadas por ele: Pierre Verger e Glauber Rocha.