BAHIA PRÉ-MODERNISTA
Embora a cena artística baiana das décadas de 1950 e 1960 já tenha sido alvo de pesquisas
anteriores, nos parece oportuno, dado a extrema relevância desse período para as artes
plásticas na Bahia, voltar a ela através de uma nova abordagem, trabalhando com alguns
jornais locais de destaque na época como ‘‘A Tarde” e ‘‘Diário de Notícias”. Cremos haver
uma correspondência entre esse ou qualquer outro momento artístico e o clima sócio-político,
econômico e cultural que o envolve, engendra e contextualiza. Acreditamos também que tal
clima pode ser particularmente apreendido em sua espontaneidade nas páginas dos jornais.
A década de 1950 se notabilizou na Bahia no âmbito das artes plásticas pela afirmação e
fortalecimento, apesar do atraso em relação a São Paulo e Rio de Janeiro, do movimento
moderno, que já na década anterior tentava penetrar em um ambiente ainda dominado pelo
academicismo:
A falta de desenvolvimento industrial, técnico e científico, são fatores que não permitem, de um lado, o conhecimento instantâneo do que se passa em matéria de criações novas em outros meios e, de outro, para que o modernismo não encontre campo próprio e mentalidade para sua instalação.